segunda-feira, 18 de maio de 2009

Fela Kuti (Nigéria) - Koola Lobitos/ The '69 L. A. Sessions - 2001 (em CD)



Abrindo uma série de postagens sobre discos africanos, trago ninguém mais ninguém menos que o lendário músico e ativista político Fela Kuti, um dos grandes nomes do século passado. Além da posição destacada do músico no cenário cultural e político de seu país e do mundo, o motivo de iniciar com ele é que seu país, a Nigéria, tem íntimos laços com o Brasil, pois foi de lá que vieram nossos ancestrais iorubás, que tanto influíram na cultura brasileira. O reino soberano dos Iorubá foi o primeiro a reconhecer a Independência do Brasil, antes mesmo da Inglaterra. Além disso, um fato curioso é que Fela nasceu em Abeokuta, no estado de Ogun, mesma cidade de onde veio a família de Maria Júlia da Conceição Nazaré, que fundaria o Terreiro do Gantois, famoso pela Mãe Menininha e por ser a "segunda casa" de grandes nomes como Caetano Veloso, Maria Bethania e Dorival Caymmi.
Veja mais a respeito dos iorubás aqui:
(ao final, a página ainda sugere alguns links)
Não vou aqui contar toda a história desse personagem tão polêmico que é Fela Anikulapo Kuti, pois a postagem se tornaria grande demais. Basta dizer, primeiramente, que sua mãe, feminista, foi a primeira mulher nigeriana a dirigir um automóvel, e seu pai, reverendo, foi o primeiro presidente da União Nigeriana de Professores. Fela, por sua vez, tendo se politizado durante seu contato com o movimento Black Power e os Panteras Negras, tornou-se um artista bastante subversivo em seu país, criando inclusive uma comuna, a República Kalakuta, independente do Estado da Nigéria! Seu antigo nome do meio, "Ransome", ele o substituiu por "Anikulapo" alegando que o primeiro era um nome de escravo.A vida de Fela seguiu sempre bastante atribulada, devido a suas posições nunca conformistas, até que em 1997 morreu de AIDS.
Fela é o pioneiro do estilo que seria chamado "Afrobeat", que misturava elementos de Afro Jazz, da Highlife, entre outros estilos.
O disco que apresento (infelizmente, não consegui uma imagem maior da capa) foi lançado em 2001, na França, trazendo algumas faixas do seu 1º LP "Fela Ransome Kuti and His Koola Lobitos" de 1965 (as faixas indicadas como sendo de 68, "Highlife Time" e "Wayo" tiveram a datação errada), algumas delas com títulos alterados. Mais informações sobre toda a discografia de Fela, você encontra aqui:
Pra quem conhece a obra posterior de Fela, as seis músicas de que falei podem soar estranhas, mas quem vier a conhecer agora, talvez estranhe, sim, a mudança que haveria no seu som. Note que a faixa "Lover" é uma versão um poco diferente de "Ololufe Mi" e que a segunda "Wayo" não tem nada a ver com a primeira. Destaco nesse disco as faixas "Highlife
Time", "Ololufe Mi", "Laise Lairo", "Wayo" (a primeira), "My Lady Frustration", "Ako" e "Lover" (as duas versões são ótimas! mas percebe-se que prefiro as faixas no estilo inicial de Kuti!).
As faixas do disco são as seguintes:
01-Highlife Time - 1968 (sic)
02-Omuti Tide - 1964
03-Ololufe Mi - 1964
04-Wadele Wa Rohin - 1965
05-Laise Lairo - 1964
06-Wayo - 1968 (sic)
07-My Lady Frustration
8-Viva Nigeria
09-Obe
10-Ako
11-Witchcraft
12-Wayo
13-Lover
14-Funky Horn
15-Eko
16-This Is Sad
O legado de Fela Kuti não se resume, no entanto, à grande e importante discografia que nos deixou, mas também é preciso salientar o seu legado familiar. Dois importantes músicos nigerianos da atualidade são seus filhos: Femi Kuti (mais velho) e Seun Kuti (mais novo).
Deixo também registrado, aqui nesta postagem, meu desejo de que seja encontrada uma saída aos problemas que o país de Kuti enfrenta, com um território dividido entre diferentes povos - de costumes, línguas e histórias distintos -, em estado de difícil controle, devido à arbitrária divisão de terras feita pelos colonizadores e a dificuldade de estabelecer novas fronteiras, além dos interesses nada bem intencionados sobre os recursos minerais do país.
Que a música de Fela Kuti nos inspire a conhecer melhor a realidade desse país que é nosso parente próximo e ao qual não costumamos dar nenhuma atenção. E que a vida de Fela nos instigue a sermos guerreiros e não nos acovardarmos ante a realidade que fere os princípios básicos em que acreditamos.
Axé, meus irmãos.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Vários artistas (Cuba) - Álbum de la Revolución Cubana - 2000


Antes de dar um pulinho fora de nuestra América, quero apresentar aos que ainda não conhecem o "Álbum de la Revolución Cubana", uma coletânea de 15 canções de grandes artistas cubanos exaltando principalmente Fidel e Los Barbudos, guerreiros que libertaram Cuba da ditadura de Fulgencio Batista e do jugo estadunidense. Infelizmente, há muito pouca informação sobre o disco na rede. Foi lançado em 2000 pela Cuba Soul e complementa um álbum de figurinhas lançado no início dos anos 60, que visava ensinar as crianças sobre os acontecimentos da Revolução.
Destaco as faixas "Cuba, Corazón de Nuestra América", "A Coger la Guampara", "El Cohete Americano", "Hasta Siempre" (grande homenagem a Che Guevara) e "Nuevo Son", mas ressalto que todas as demais são lindas.
São estas as faixas que compõem o álbum:
01-Celeste Mendoza - Cuba Corazon De Nuestra America
02-Celina Gonzalez Y Reutilio - Decimas De La Revolucion
03-Esther Borja - Despertar
04-Merceditas Valdes - A Coger La Guampara
05-Celina Gonzalez Y Reutilio - Que Viva Fidel
06-Las D'aida - El Cohete Americano
07-Pio Leyva - Rumba De Mi Patria
08-Carlos Puebla - Hasta Siempre
09-Amelita Frades - Pensamiento
10-Ramon Veloz - Nueva Vida
11-Esther Borja - Dejame Estrechar Tu Mano
12-Ojedita Y Coro - La Cancion De Los Ninos
13-Nino Rivera - Nuevo Son
14-Omara Portuondo - Junto A Mi Fusil Mi Son
15-Ela Calvo & Orq. Aragon Con Lo - Cuba Que Linda Es Cuba
Deixo com vocês uma página que pode lhes ajudar a conhecer melhor a música cubana:
Nada melhor do que reviver o espírito de luta daqueles heróis, neste 50º ano da Libertação de Cuba. Ainda que talvez se possa fazer inúmeras críticas ao rumo que Cuba tomou desde então, penso que o espírito que guiou os cubanos rumo ao caminho da soberania e na busca de uma sociedade cada vez mais justa deve ser exaltado sempre.
Ademais, pretendo, a partir da próxima postagem, iniciar um pequeno percurso por alguns países da África, especialmente aqueles ligados ao Brasil mais estreitamente, e nesse sentido Cuba serve também como elo, já que em sua africanidade é bastante semelhante ao Brasil.
A propósito, veja esta página:
Axé, irmãos compañeros!

sábado, 4 de abril de 2009

Pingo de Fortaleza (Brasil) - Zoeira - 2004



Pingo de Fortaleza é um músico cearense da década de 80 que possui um trabalho muito bom em música cantada. Mas nesse disco o músico se aventura num trabalho puramente instrumental, onde seu violão (sublime!) apresenta a diversidade de estilos que marcam a cultura cearense, nordestina e brasileira em geral (e no caso da música "Caminhos Incidentais", MUNDIAL!).
Além de "Caminhos Incidentais", que é uma coleção de grandes temas da música mundial, temos também "Variações sobre Águia de Mani dos Tremembé", que remete a uma nação indígena do Ceará e "Eu Vou até de Manhã/ Tão Fácil, Tão Bom" do saudoso compositor cearense Lauro Maia, um dos parceiros de Humberto Teixeira, o "Doutor do Baião".
Um ótimo disco, que mostra que a música brasileira ainda vive, muitas vezes na pessoa de músicos que não têm o devido espaço sequer nos meios mais cultos.
Faixas:
01-Angola Harmônica
02-Maracatus
03-Violões no Terreiro
04-Marcha Clássica
05-Baião de Temas Cabaçais
06-Compaixão
07-Variações sobre Água de Mani dos Tremembé
08-Regional Capoeira
09-Maracatu Fortaleza Instrumental
10-Alvorada da Floresta de Santana
11-Eu Vou até de Manhã/ Tão Fácil, Tão Bom
12-Caminhos Incidentais (músicas incidentais: Bolero de Ravel, Mantra Mohana, Asa Branca, Trenzinho Caipira, Cantiga de Caicó e Sodade)
Músicos:
Pingo de Fortaleza - violão de aço e nylon, e viola de 12 em "Caminhos Incidentais"
Tony Maranhão - violão de aço e nylon, baixo e teclado
Pantico Rocha - percussão e bateria
Nilton Fiore - efeitos e percussão
Ramiro Melo - programação
Mimi Rocha - guitarra em "Maracatu Fortaleza Instrumental"
Marcus Rezende - flauta e sax em "Maracatu Fortaleza Instrumental"
Maracatu Az de Ouro - condução rítmica em "Maracatu Fortaleza Instrumental"
Hoto Junior - percussão em "Caminhos Incidentais"
Destaques meus pras faixas: "Angola Harmônica", "Maracatus", "Violões no Terreiro", "Variação sobre Água de Mani dos Tremembé" e "Maracatu Fortaleza Instrumental".
Axé, meus irmãos.

segunda-feira, 2 de março de 2009

João Bosco (Brasil) - As Mil e Uma Aldeias - 1997




Carnaval passou, muita gente continuou trabalhando - apesar de se pensar que tudo pára no Carnaval -, enfim, tudo continuou como sempre é no Brasil: as mil maravilhas no imaginário e milhões de miseráveis na realidade! Mas não se pode deixar de admitir que, com tantas marchinhas, frevos, sambas, brincadeiras, com tudo isso, o Carnaval faz a muitos se sentirem especialmente brasileiros como em nenhuma outra festa do ano. E, nesse clima de brasilidade, quero dedicar esta postagem a um dos mais brasileiros dentre nossos artistas, que é o grande mineiro João Bosco. No disco que apresento, João Bosco apresenta um pouco a temática árabe, inclusive criando um clima característico, seja pelo uso da voz, como em "Califado de Quimeras", seja pelas letras - aqui compostas por seu filho Francisco Bosco - ou mesmo pela instrumentação, apesar de que cítara, que cria esse clima oriental, devesse caracterizar mais uma temática indiana, mas aqui ela consegue representar bem o que o disco propõe. Lembrando que a temática árabe não foge à nossa brasilidade. O Brasil tem ligações fortes com os povos árabes, seja pela herança moura trazida por portugueses e espanhóis, antes dominados por aqueles povos africanos árabes, seja pela imensa quantidade de libaneses e árabes de outras nacionalidades. Além disso, nosso artista aqui não se limita a essa temática, mostrando ainda muito de nossa cultura de raíz européia, africana ou americana. Destaque pras faixas "Arpoadora", "Das Marés", "Me Leva" e "Benguelô/ Metamorfoses", além da faixa-título, óbvio.
Faixas
1-As Mil e Uma Noites
2-Califado de Quimeras
3-Convocação
4-Arpoadora
5-Das Marés
6-Cora, Minha Viola
7-Enquanto Espero
8-O Medo
9-O Sacrifício
10-Prisma Noir
11-Me Leva
12-Jazidas
13-Benguelô/ Metamorfoses
Músicos (sem contar a percussão na primeira faixa)
João Bosco - Voz, violão e vocais
Nico Assunção - Baixo
Ricardo Silveira - Guitarra e violão de aço
Carlos Bala - Bateria
Hugo Fattoruso - Teclados
Marçal - Percussão
Robertinho Silva
André Gomes - Cítara
Marcio Montarroyos - Flugel Horn
Ramiro Mussoto - Berimbau e percussão em "Convocação"
Paulo Moura - Clarineta
Esperamos, com essa postagem, ressaltar o valor da pluralidade cultural, coisa que o Brasil abriga como ninguém, mas que a cada dia vem sendo destruído, além de não vermos, diferentemente do que afirmam alguns, muito respeito a certas culturas estigmatizadas. Uso essa postagem também, já que a temática árabe é mencionada, pra externar meu sentimento de compaixão com povos árabes que não têm seus direitos respeitados ante a comunidade internacional, e que o exemplo mais recente de desrespeito se deu com os palestinos, que sequer têm direito a um Estado próprio.
As-salam'alaik!
Axé, meus irmãos!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Huáscar Barradas & Maracaibo (Venezuela) - Encuentros - 2004


Prosseguindo o que foi anunciado na postagem anterior, postamos agora este álbum do grupo venezuelano Huáscar Barradas y Maracaibo, liderado pelo flautista Huáscar Barradas, comemorando a vitória do "Sí" no recente referendo feito na Venezuela.
Neste disco, o grupo é formado por:
Huáscar Barradas - flauta;
Elvis Martínez - baixo e backing-vocal;
Jorge Polanco - cuatro e backing-vocal;
César Orozco - taclados e piano;
Fernando Valladares - bateria, percussão e teclados.
Faixas
1-Onda 925 (Barradas)
2-Habanera (da ópera "Carmen") (Bizet/Barradas) - com Angela e Mermelada Bunch
3-Mereng Miles (Barradas)
4-Pavo Real - com Rafael "Pollo" Brito (César del Avila)
5-Anhelante (José Sifontes)
6-My Favorite Things (Richard Rodgers)
7-Joropo Bachiano (baseado no Presto da Sonata #1 em Sol menor para violino solo, de J.S. Bach) (Bach/Barradas)
8-Serenata Criolla (Serenata/Criollisima) (Luis Laguna)
9-Chimbangleando (Barradas)
10-Canción para Kú (Barradas)
11-Morrocoy (Vytas Brenner)
Destaque pras faixas: "Habanera", versão bem interessante da música, com ótimas interpretações vocais e uma introdução de hip-hop que pode parecer estranha a alguns, mas que caiu bem, na minha opinião; a descontraída "Pavo Real"; a linda "Chimbangleando"; e, encerrando, a "progressiva" "Morrocoy".
Encerro, como fiz na postagem anterior, com igual torcida pra que a Venezuela se encaminhe bem, na trilha da soberania, da solidariedade e do verdadeiro progresso.
Notícia sobre a vitória do "Sí":
Uma opinião a respeito:
Axé, meus irmãos.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Savia Andina (Bolivia) - El Espíritu de los Andes - 1995


(Apesar de ter iniciado as postagens do blog seguindo a linha dos países que formam o Mercosur, a ordem de publicação não vai seguir à risca essa lógica - como aliás não vem seguindo, já que não se deu conforme a entrada de cada nação no bloco. Por isso, a atual postagem vem com um grupo boliviano, e vai ser seguida logo depois por uma postagem com algo da Venezuela. Ainda assim, a lógica de certo modo é seguida, já que ambos os países têm uma relação estreita com o Mercosur - a Bolívia, juntamente com o Chile, é associada ao bloco desde 1996, e a Venezuela em breve deve se tornar um Estado Parte. Preferi não seguir essa lógica por conta dos eventos que ocorrem nos países a que este blog se dedica, aos quais pretendo sempre fazer referência.)
Em vista da promulgação da Nova Constituição boliviana, publico esta postagem divulgando esse bom disco do grupo boliviano Savia Andina ("Seiva Andina").
Faixas
01-Mi Querido Potosí
02-Huellas del Alma
03-Impresiones
04-Chuquituy
05-Selección de Música Selecta
06-La Mentirosita
07-Castañita
08-Vivo Enamorado
09-Selección de Música Oriental
10-Espera
11-Si Quieres Ser Moreno
12-Adiós Amigo Hermano
13-Palomitay, Vidita
14-Mis Flores Negras
15-Sueño del Amor
16-Canelita
17-Sonqoy T'ickita
Integrantes
Oscar Castro
Gerardo Arias
Rafael Arias
Donato Espinoza
Edwin Herrera
Destaque pras faixas "Selección de Música Selecta", "La Mentirosita", "Castañita", "Vivo Enamorado", "Palomitay, Vidita" e "Sonqoy T'ickita".
Página do grupo:
Visite também:
(Tive alguns problemas com esta página! =] Boa sorte pra vocês.)
Encerro com o desejo de que se cumpram as palavras de Evo:
“Aquí se acabó el pasado colonial. Aquí se acabó el neoliberalismo. Aquí se acabó el latifundismo. Mandaremos y gobernaremos como nos pide el pueblo boliviano, y el pueblo ha refundado Bolivia”.
Notícia sobre a Promulgação:
Axé, meus irmãos.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Arco Iris (Argentina) - Inti Raymi - 1973



Espero não causar frustração a ninguém, mas, encerrando os "Estados Partes" do Mercosur, não é um grupo de tango, huayno, milonga ou qualquer outro estilo argentino que lhes trago. A banda argentina que lhes apresento é uma grande representante do que se costuma chamar Música Progressiva! A Argentina tem uma forte tradição Progressiva, sendo inclusive o país onde esse "estilo" (apesar de eu, como muitos outros, achar que este termo não cai bem pra algo tão diverso como o Progressivo) melhor se manteve durante os anos 80, quando, no restante do mundo, o Prog sofreu uma certa desvirtuação, se aproximando bastante da música radiofônica mais comum e deixando um pouco de lado seus elementos de experimentação e erudição musical. Dizem que essa excepcionalidade argentina nos anos 80 se deveu à Guerra das Malvinas, quando as músicas inglesas sofreram restrição nas rádios, o que impediu o conhecimento da nova onda Neo-Prog por parte dos argentinos.
O grupo Arco Iris durou do fim dos anos 60 ao fim dos anos 70, sendo um dos grandes responsáveis pela popularização daquilo a que chamam Rock en Español (apesar de eu, como um amigo virtual meu, suspeitar muito dessas rotulações). Sugiro que escutem essa banda sem tentar ver nela qualquer outra das clássicas e que tenham noção de que se encontram diante de, sim, mais uma banda clássica! A sonoridade deles é única (aliás, isso parece ser bem comum entre os progueiros argentinos), às vezes sequer parecendo se tratar de uma banda de Prog! Portanto, caso algum resquício de preconceito (ou forte ideologia anti-imperialista, a qual eu respeito) impeça você de escutar essa banda, garanto que se você escutar não vai achar ela tão diferente das demais coisas que posto ("postarei", pois o blog ainda é muito novinho) por aqui!
Explicando o título, "Inti Raymi", é o nome de uma festa tradicional inca, em celebração ao Deus-Sol, Inti. Informações básicas aqui:
O álbum Inti Raymi conta com:
Ara Tokatlian - saxofone, órgão e vocal;
Gustavo Santaolalla - guitarras e vocal;
Guillermo Bodarampe - baixo;
Horacio Gianello - bateria e percussão.
Faixas:
1-Elevando una plegaria al sol (Inti Raymi)
2-En nuestra frente
3-Maritimaria
4-La Pastora de los peces
5-Abran los ojos
6-Adonde iras, camalotal
7-Solo como el cardón
8-No quiero mirar atrás
9-Elevando una plegaria al sol (Inti Raymi)
Destaque pros solos de sax, pras percussões e pras faixas Maritimaria, Adonde irás, camalotal, Solo como el cardón e No quiero mirar atrás (que voz!). Não sei quem faz a voz feminina em La pastora de los peces.
Axé, meus irmãos.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Ruben Rada (Uruguay) - Pa'los Uruguayos - 1989


Seguindo em nosso percurso inicial, onde visitamos os "Estados Partes" do Mercosur ou Mercosul, chegamos agora ao Uruguai, já desmistificando o que se costuma pensar desse país no Brasil. Costumamos imaginá-lo como um país puramente branco e que tenha uma cultura semelhante à nossa gaúcha. No entanto - e assim como no RS, apesar de muitos não saberem -, há uma população de origem eminentemente africana por lá, ainda que seja minoria - em torno de 180.000 habitantes. E o artista de que tratamos hoje é justamente o representante maior da comunidade negra do Uruguai e talvez da nação uruguaia de um modo geral. Se trata de Ruben Rada, nascido em Montevideo, em 1943. Este rapaz, de forte musicalidade, já gravou com gente de tudo quanto é país da América Latina, entre eles, Hermeto Pascoal, Bakithi Kumalo e Jon Anderson, além de ter suas músicas gravadas por Milton Nascimento e outros. "El Negro Rada" viveu grande parte da sua vida na Argentina, onde fez bastante sucesso e gravou muitos discos - aqui também desmistificando a imagem do argentino racista ao extremo -, além de outros países, como o México.
Pa'los Uruguayos foi editado na Argentina e conta com faixas memoráveis, fruto de muita mescla com outros estilos, tendo por base o candombe, como "Qui Beleza" (com comovente solo de vocalizações) e "Candombe para Bob Marley", esta um verdadeiro clássico, que deve ter alegrado bastante o espírito de Bob ao rondar por estas paragens! Recomendadíssimo!
Músicas:
01-Me Pa
02-Creador de Ilusiones
03-Qui Beleza
04-Afrodicto
05-Candombe para Bob Marley
06-Plácido Rada
07-Don't Stop el Candombe
08-Bó Vatomaruna
Pra mais informação sobre El Negro, visite sua página:
Axé, meus irmãos.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Oscar Safuan (Paraguay) - Ayer, Hoy y Mañana - 1993


Em respeito à eterna dívida dos brasileiros pra com o povo paraguaio, é de lá que escolho o segundo disco a ocupar espaço neste blog: Ayer, Hoy y Mañana, de Oscar Safuan. O músico e pesquisador musical Oscar Nelson Safuan nasceu na cidade de San Estanislao (Santani), no Paraguai, em 1943, de ascendência libanesa (por parte de pai), morrendo aos 63 anos, em 2007, no Rio Grande do Sul, tendo vivido em várias outras cidades do Brasil. É o criador da "Avanzada", estilo fruto da mistura da polka paraguaia com a guaranha e um pouco de estilos brasileiros como a bossa nova e a balada, e que ganharia popularidade no Paraguai nos anos 80 do séc. XX.
Ayer, Hoy y Mañana conta com 5 faixas instrumentais: "Amigo planetario", "Nadine en Venezuela", "La leyenda del Arpa Serena" (com vocais femininos sem letra), "Al Maestro" e "Danza seductora", além de "Muchachito Campesino", onde ele apenas fala por toda a música, inclusive citando o Brasil. As faixas "Oguãheta San Juan Ara" e "Aravai Pyhare" são cantadas em guarani, idioma também presente no Brasil.
O destaque vai pra "Al pie de tu reja", "Aravai Pyhare" e "Al Maestro", canções que me tocam sempre que as escuto.
A imagem da capa não tá um primor, mas acho que sou o primeiro a disponibilizar ela na grande rede.
Faixas:
01-Amigo planetario (A Zeizor, por siempre)
02-Otoño en mi canción
03-Al pie de tu reja
04-Nadine en Venezuela
05-Oguãheta San Juan Ara
06-La leyenda del Arpa Serena
07-Aravai pyhare
08-Al Maestro
09-Muchachito Campesino (Autobiografia 1ª Parte)
10-Danza seductora
Sugiro que conheçam o trabalho deste senhor. Valorizemos o filho de uma terra que o Brasil ajudou a destruir, mas que busca se reerguer, e torçamos pra que Fernando Lugo teja à frente de um projeto que só traga melhorias pr'aquele povo.
Axé, meus irmãos.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Reinaldo (Brasil) - Retrato Cantado de um Amor - 1986


Natural do Rio de Janeiro, Reinaldo veio para São Paulo onde lançou seu primeiro disco Retrato Cantado de um Amor (1986), pela Continental, seguido dos LPs Aquela Imagem, Pra Ser Minha Musa, com o qual recebeu o primeiro disco de ouro, e Coisa Sentimental, considerado pela crítica como o melhor trabalho de sua carreira, que lhe valeu a indicação para receber o Prêmio Sharp, na categoria de Melhor Cantor. Em 1992, lançou o disco Soneto de Prazer e, em 1995, Samba Meu Brasil. Em 1997, o Príncipe do Pagode retorna à Continental com LP Traz de Volta Minha Paz. Dois anos depois grava o primeiro CD de uma coleção de cinco, intitulados Pagode Pra Valer. O resultado é um novo disco de ouro. Neste ano, lança o segundo Pagode Pra Valer, trazendo de volta o samba de raiz, marcado na palma da mão, faturando mais um disco de ouro.
via:
-
Intitulado pelos colegas como "príncipe do pagode", chegou a São Paulo com a experiência dos pagodes do Cacique de Ramos, bloco histórico do subúrbio carioca, e ajudou a popularizar as rodas de samba paulistas. Lançou seu primeiro disco "Retrato Cantado de um Amor" em 1986. Desde 1999 vem lançando a coleção de cinco CDs, intitulado "Pagode Pra Valer".
-
Reinaldo é uma das vozes que mais me agradam no samba, forte e com alta dose de sentimento. Este seu primeiro álbum conta com pérolas do estilo, na minha opinião, como "Gostar como eu queria", "Coração cigano" e "Teu jeito", esta meu samba preferido em todos os tempos! A base das músicas é sempre com violão, cavaquinho, pandeiro, tendo direito a palma da mão em "Ô Irene". Enfim, recomendadíssimo! Espero ter acertado na escolha pra abrir este blog. (Infelizmente, não pude colocar a imagem da capa do disco.)
Músicas
01-Retrado Cantado de um Amor
02-Medo Feroz
03-PT Saudações
04-Grades do Coração
05-Gostar Como Eu Queria
06-Como Era Antes
07-Coração Cigano
08-Descarte a Dor
09-Teu Jeito
10-Ô Irene
11-Já Não Arde
12-Trem da Alegria
-
Axé, meus irmãos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Saludos

Prazer. Meu nome é Cazuza Anhanga. Bem-vindos ao blog "Som do Terceiro Mundo". Aqui, postarei álbuns de músicos de várias nacionalidades, mas sempre da periferia do mundo. Espero que degustem bem as delícias periféricas.